quinta-feira, 26 de abril de 2012

Justiça de RR autoriza transexual a trocar nome sem cirurgia de sexo

A locutora Sandra Gomez dos Santos, 33 anos, está passando uma nova fase em sua vida depois que o juiz Erasmo Hallysson Campos, da 3ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de Roraima, autorizou a mudança do nome em seus documentos, sem a necessidade de cirurgia de mudança de sexo. A decisão foi tomada no dia 3 deste mês. Nesta terça-feira (17), a transexual conseguiu fazer a correção em seu título de eleitor.

Em ano de eleições municipais, Sandra está feliz por poder votar pela primeira vez assinando o nome que ela considera que a identifica em sua essência. "Será a primeira experiência eleitoral verdadeiramente como mulher", disse a locutora.

Com a decisão do juiz em mãos, Sandra foi ao cartório de registros de Boa Vista no mesmo dia e já pediu a emissão de sua nova certidão de nascimento. "O único detalhe ruim desta decisão é que, apesar de ter mudado meu nome do documento, o sexo continua identificado como masculino. Esse é o lado ruim da decisão pela troca do nome sem a necessidade da cirurgia de readequação genital. Continuo como 'masculino' na certidão e no RG."

Sandra disse ainda que o próximo passo é conseguir a emissão do diploma da faculdade. "Quando me formei, pedi para não emitirem o documento porque queria que fosse com o meu nome de mulher. Agora, já fiz o pedido e é só esperar."

A locutora se considera conhecida em Boa Vista por trabalhar em rádio e por militar pelos direitos homossexuais, mas ainda assim não ficou de fora dos problemas com sua identificação. "Tinha vergonha de apresentar meus documentos. Me sentia péssima, pois sempre tinha de me explicar. Essa decisão judicial foi tudo para mim. E olha que quando somos conhecidos as coisas ficam mais fáceis."

O defensor público Natanael Ferreira, que representou Sandra no processo, disse que o caso da locutora apresentava um "descompasso entre o sexo anatômico e o psicológico". Ele afirmou que este é o primeiro caso em que a Justiça do estado decide pela autorização da mudança de nome sem mudança de sexo. "Há outros casos em andamentos no estado e essa decisão vai servir de jurisprudência", disse ele.

Problemas com Call Center
Além de tratar como vitória a emissão de documentos como o nome de Sandra, a locutora disse que vai deixar de viver um dos problemas que considerava o pior de todos. "Call center. Isso era um verdadeiro problema para mim. Minha voz é feminina e todas as tratativas eram tranquilas até a hora de falar meu nome [José]. Depois de alguns desconfortos com isso, passei a dizer que meu nome não era José e sim Jôse. Aí as coisas ficavam mais fáceis."

Cirurgia de mudança de sexo
"O próximo passo é fazer a cirurgia de readequação genital. Aqui em Roraima não conheço lugar onde poderia fazer isso. Esse tipo de procedimento já é feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas é bem possível que eu entre com pedido de tratamento fora de domicílio para eu poder fazer a cirurgia em outro estado."

Quando conseguir fazer a cirurgia, Sandra terá outro "problema". "Vou ter de entrar com processo novamente para, dessa vez, mudar a minha indicação de gênero nos documentos que já tenho com meu nome de mulher", brincou a locutora.

Transexuais poderão alterar nome sem fazer cirurgia


O Tribunal de Direitos Humanos de Ontário, no Canadá, decidiu que transexuais poderão alterar seus nomes na certidão de nascimento sem haver necessidade de passarem por procedimentos cirúrgicos.
De acordo com o tribunal, a exigência de cirurgia estigmatiza os transexuais e reforça os estereótipos de que só podem viver no gênero em que se sentem eles se operarem.
Ontario é a província mais populosa do Canadá e onde estão a badalada – e maior cidade do país – Toronto e a capital Ottawa.
No Brasil, ter esse direito é a principal bandeira do movimento transexual. O projeto está em tramitação na Câmara dos Deputados.

Transexual ensina ética no lugar de religião em escola do Rio Grande do Sul

A professora Marina Reidel, de Montenegro, de pouco mais de 30 mil habitantes, a 66 quilômetros de Porto Alegre, é transexual, sonha alto e corre atrás. Depois de mais de 30 anos para concluir seu sonho de se transformar em uma mulher, veio um novo desafio em sua vida.

Após batalhar para se graduar em Artes, morar na capital e regressar para sua cidade natal, ao voltar de uma licença para realizar procedimentos para se tornar mais feminina, em 2006, foi escalada para dar aula de religião. Confusa inicialmente, por ser um assunto que discorda que seja parte do currículo de uma escola estadual, não pensou duas vezes: propôs a troca da aula de religião por ética na escola escola estadual Rio de Janeiro, e deu certo. Conseguiu não apenas retirar as aulas de religião do currículo da escola como colocar em pauta temas importantes.
Mestranda em Educação pela Universidade do Rio Grande do Sul, em 2013 ela apresenta sua sobre 40 professoras travestis e transexuais espalhadas por escolas de todo país e depois sonha em concluir seu sonho de fazer a cirurgia de mudança se sexo. Por conta da revolução que promoveu, ao levar assuntos como homofobia, aborto, racismo e drogas no programa das aulas de Ética Cidadania, Marina deve ir trabalhar na Secretaria de Educação do Rio Grande do Sul e ainda sonha com um doutorado.

Cher prestigia filho transexual em premiação GLS





Chaz Bono foi homenageado durante o Glaad Media Awards, realizado no sábado (21), em Los Angeles

QUEM Online; Fotos Getty Images


Cher , 65, fez questão de prestigiar o filho transexual, Chaz Bono, 42, homenageado na 23ª edição da premiação GLS GLAAD Media Awards. O evento, realizado na noite de sábado (21) em Los Angeles, premiou Chaz pelo documentário "Becoming Chaz", que relata todo o processo de mudança de sexo passado por ele em 2009.


No último ano, Chaz causou polêmica nos Estados Unidos ao participar do reality show "Dancing with the Stars". A produção do programa precisou, inclusive, reforçar a segurança dos estúdios para que nenhum "grupo extremista" tentasse algo contra o participante transexual. Emocionada com a participação do filho, Cher não só defendeu Chaz em entrevistas, como oassistiu de perto em uma das apresentações.

Série Glee ganha personagem transexual


Wade ou Unique (como prefere ser chamada) é a primeira personagem transexual de “Glee”. E a estreia foi em alto estilo cantando um hit dos anos 1970, “Boogie Shoes”, do K.C. & The Sunshine Band.
Todo o episódio é com canções da década de 1970 e se chama ““Saturday Night Glee-ver”, um trocadilho com um dos filmes clássicos da década, “Embalos de Sábado à Noite” (Saturday Night Fever).
Alex Newell, que interpreta a personagem, foi um dos vencedores do “The Glee Project”, reality que selecionou quatro novos integrantes para o elenco da série. Newell participará de ao menos mais um episódio

Top transexual desfila moda praia com novo implante de silicone

FONTE: TERRA

Os primeiros desfiles da 10º edição do Minas Trend Preview para a temporada primavera-verão 2012/2013, em que estiveram Adriana Birolli e Victor Pecoraro na platéia, trouxeram uma mistura de moda praia, bolsas com modelagem tridimensional e uma primorosa apresentação de roupas de renda.
A modelo transexual Carol Marra desfilou para Cila com modelo de maiô "engana mamãe" comportado, com estampa na frente, tiras douradas atrás e correntes na lateral.
O desfile da Cila trouxe uma moda de difícil uso, com modelagens recortadas, aplicações de cristais e correntes em demasia.
Martha Medeiros, que abriu a apresentação, encantou a passarela com suas peças de renda renascença e vestidos que demoram até um ano para ficarem prontos. Essa mesma apresentação foi feita para a loja de departamentos Bergdorf Goodman, de Nova York, onde a estilista vai vender sua coleção de inverno.
Para o verão, as peças são retas, em tom pastel, com silhueta peplum, ou seja, volumes na região da cintura até o começo do quadril. Mariana Weickert fechou o desfile com um longo preto transparente.
Rogério Lima apresentou bolsas médias e pequenas com modelagem expandida, fazendo os acessórios ganharem volumes tridimensionais e criarem uma boa presença. No desfile, os modelos masculinos entraram junto com as meninas e levaram as mesmas bolsas que elas, mas feitas em cartolina, como se fossem clones.

O que é Transfobia?


transfobia refere-se à discriminação contra as pessoas transexuais, travestis e transgêneros. Seja intencional ou não, a transfobia pode causar severas conseqüências para quem sofre esta discriminação. As Pessoas transsexuais também podem ser alvo dahomofobia, tal como as pessoas homossexuais podem ser alvo de transfobia, por parte de pessoas que incorretamente não distinguem identidade de género de orientação sexual.
Como outras formas de discriminação, o comportamento discriminatório ou intolerante pode ser direto (desde formas fisicamente violentas até recusas em comunicar com a pessoa em causa) ou indireto (como recusar-se a garantir que pessoas transsexuais sejam tratadas da mesma forma que as outras pessoas)

A Psicologia do Preconceito e da Transfobia



Em 2009 198 pessoas queers foram mortos em atos homofóbicos no Brasil – dentre as pessoas trans assassinados no ano passado, 117 eram gays, 72, travestis, e nove, lésbicas, de acordo com um relatório do Grupo Gay de Bahia (GGB).  De 1980 a 2008, foram mortos 3,196 pessoas trans.  
Em 20 de Julho de 2010 em Campinas SP, a jovem Camille Gerin, de 25 anos, foi agredida brutalmente a pauladas e morreu – vítima de um ato de transfobia.
O que causam pessoas a cometerem esses atos de transfobia?
Para explicar os processos que levam nossa população a cometer esses crimes eu me refiro ao trabalho extenso do psicologista social Elliot Aronson, da Universidade da Califórnia nos Estados Unidos.
A psicologia social estuda situações em que a influencia social toma o palco principal.  Ela explica que pessoas que cometem atos malucos não são necessariamente malucos (a primeira lei de Aronson).
É muito mais fácil atribuir tais atos à loucura – o homem que matou Camille Gerin é louco?  E se ele não é louco, então o que fez ele matar esta garota que não cometeu crime nenhum?
Aronson explica que as pessoas não gostam de ver ou ouvir coisas que conflitam com suas mais profundas crenças ou desejos.
Como um exemplo de crenças eu me refiro à religião no Brasil, que abomina a sexualidade trans completamente.
O que ponto que eu quero fazer é que existe um processo de pensamento que existe não só na nossa sociedade, mas no mundo em geral que faz pessoas normais a cometerem atos abomináveis.
Uma pessoa normal não mataria uma outra pessoa – pois tal ato cria o que a psicologia social chama de dissonância – que nós podemos caracterizar como um sentimento ruim de ter feito algo mau.
O homem que matou Camille não se sentiu mau ao matá-la pois para matála ele teve que pensar nela não como um ser humano, mas como um abjeto.
Aronson se refere a isso como o processo de desumanização.  Quando você desumaniza uma pessoa você cria uma justificativa pra cometer esses atos abomináveis – e por esse processo você elimina a dissonância associada a esse ato.
Quer dizer, uma pessoa normal, como você ou eu, pode passar por esse processo de pensamento que deshumaniza uma outra pessoa, que faz com que cometer um crime (ou mais tipicamente, fazer ou pensar coisas ruins) contra outa pessoa seja algo justificável e até correto, no pensamento dessa pessoa.
O conhecimento desses processos de transfobia e preconceito, se entendidos e disseminados à população geral,  é crucial para combater esse tipo de crime.
Então sabemos que existe um processo de pensamento que pode levar uma pessoa normal a cometer um crime de transfobia.  Mas o que leva uma pessoa a ser transfóbica?
A transfobia é um tipo de preconceito, e a psicologia social explica que o preconceito é uma atitude hostil ou negativa para com um grupo distinguível de pessoas baseado em generalizações formadas por informações falhas ou incompletas.
O preconceito então provem diretamente de nossos estereótipos, que é fruto da natureza humana de classificar e simplificar as coisas.  Em vez de pensar em pessoas trans como indivíduos com personalidades diferentes nós naturalmente classificamos essas pessoas trans de acordo com um estereótipo que diminui estas pessoas à apenas alguns adjetivos que são frequentemente derrogatórios.
Uma vez que uma pessoa é altamente preconceituosa contra um certo grupo de pessoas ela é virtualmente imune a informações que mudem o seu querido estereótipo.
Talvez a pior das soluções já propostas para resolver estes problemas de preconceito é a segregação de pessoas trans para escolas diferentes.  A segregação serve para reinforçar o preconceito e elimina a possibilidade de convivência com essas pessoas trans, e com isso, também elimina a possibilidade de aprender a eliminar este preconceito por convivência.
Aronson explica que a convivência na escola é um dos passos para eliminar o preconceito – mas que o mais importante é o que ocorre durante esta convivência.
As escolas são altamente competitivas e esta competividade apenas serve para aumentar problemas de preconceito por criar hostilidade entre alunos e entre grupos.
A solução, de acordo com Aronson, é a interdependência mutual – se a escola mudar seu paradigma competitivo para um paradigma cooperativo, o preconceito é eliminado, pois os alunos da escola começarão a ver estas pessoas trans como pessoas individuais em vez de um estereótipo derrogatório associado a elas.
Aronson concretamente demonstra esta solução em seu experimento de psicologia social em uma escola.
É nosso papel como futuros educadores e cidadãos de nosso país aprendermos estas técnicas de interdependência mutual e aplicá-las em nossas escolas para eliminar o preconceito não só contra pessoas trans, mas contra todas as minoridades de nossa sociedade.

sábado, 21 de abril de 2012

Atualizações



Caros leitores, a equipe do nosso blog está passando por modificações, um de nossos membros deixou o blog por motivos pessoais, mas apesar disso já temos um novo blogueiro, em breve ele se apresentará e vocês o conhecerão.

Ao nosso amigo Matheus, agradecemos MUITO por tudo o que fez para o Me Veja Como Sou, seus posts brilhantes, textos cativantes, excelência no design da página e muito mais. 

Em breve teremos um comunicado empolgante aos leitores criativos, fiquem ligados!

Beijos, Priscila.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Prêmio Nobel de Literatura pede fim da homofobia na América Latina, leia o texto

FONTE: REVISTA LADO A



Em artigo publicado no domingo retrasado, logo após a morte do jovem chileno Daniel Zamudio, vítima de um ataque homofóbico e tortura, ocorrida no dia 03, o autor Mario Vargas Llosa, prêmio Nobel de Literatura em 2010, defendeu o fim da homofobia na América Latina. Em um texto educativo, ele descreve como a homofobia ganha força e se espalha na sociedade latino americana, sem exceção. Como ela faz parte de nossas vidas e como suas garras atingem toda a sociedade de forma cruel e hipócrita.

“Que o sacrifício de Daniel Zamudio sirva para trazer à tona as condições trágicas de gays, lésbicas e transexuais nos países latino-americanos”, afirmou o autor peruano na sua coluna Touchstone, jornal espanhol “El Pais”, no último dia 8. O texto “A Caça do Gay” foi republicado em diversos sites e outros periódicos, no Brasil, o Estadão o publicou neste fim de semana. A tradução ganhou o nome de “A homofobia é coisa nossa”.

Abaixo, publicamos o texto original e a tradução do Estadão (de Terezinha Martino):


La Caza del Gay

La noche del tres de marzo pasado, cuatro “neonazis” chilenos, encabezados por un matón apodado Pato Core, encontraron tumbado en las cercanías del Parque Borja, de Santiago, a Daniel Zamudio, un joven y activista homosexual de 24 años, que trabajaba como vendedor en una tienda de ropa.

Durante unas seis horas, mientras bebían y bromeaban, se dedicaron a pegar puñetazos y patadas al maricón, a golpearlo con piedras y a marcarle esvásticas en el pecho y la espalda con el gollete de una botella. Al amanecer, Daniel Zamudio fue llevado a un hospital, donde estuvo agonizando durante 25 días al cabo de los cuales falleció por traumatismos múltiples debidos a la feroz golpiza.

Este crimen, hijo de la homofobia, ha causado una viva impresión en la opinión pública no sólo chilena, sino sudamericana, y se han multiplicado las condenas a la discriminación y al odio a las minorías sexuales, tan profundamente arraigados en toda América Latina. El presidente de Chile, Sebastián Piñera, reclamó una sanción ejemplar y pidió que se activara la dación de un proyecto de ley contra la discriminación que, al parecer, desde hace unos siete años vegeta en el Parlamento chileno, retenido en comisiones por el temor de ciertos legisladores conservadores de que esta ley, si se aprueba, abra el camino al matrimonio homosexual.
Ojalá la inmolación de Daniel Zamudio sirva para sacar a la luz pública la trágica condición de los gays, lesbianas y transexuales en los países latinoamericanos, en los que, sin una sola excepción, son objeto de escarnio, represión, marginación, persecución y campañas de descrédito que, por lo general, cuentan con el apoyo desembozado y entusiasta del grueso de la opinión pública.

Lo más fácil y lo más hipócrita en este asunto es atribuir la muerte de Daniel Zamudio sólo a cuatro bellacos pobres diablos que se llaman neonazis sin probablemente saber siquiera qué es ni qué fue el nazismo. Ellos no son más que la avanzadilla más cruda y repelente de una cultura de antigua tradición que presenta al gay y a la lesbiana como enfermos o depravados que deben ser tenidos a una distancia preventiva de los seres normales porque corrompen al cuerpo social sano y lo inducen a pecar y a desintegrarse moral y físicamente en prácticas perversas y nefandas.

Esta idea del homosexualismo se enseña en las escuelas, se contagia en el seno de las familias, se predica en los púlpitos, se difunde en los medios de comunicación, aparece en los discursos de políticos, en los programas de radio y televisión y en las comedias teatrales donde el marica y la tortillera son siempre personajes grotescos, anómalos, ridículos y peligrosos, merecedores del desprecio y el rechazo de los seres decentes, normales y corrientes. El gay es, siempre, “el otro”, el que nos niega, asusta y fascina al mismo tiempo, como la mirada de la cobra mortífera al pajarillo inocente.

En semejante contexto, lo sorprendente no es que se cometan abominaciones como el sacrificio de Daniel Zamudio, sino que éstas sean tan poco frecuentes. Aunque, tal vez, sería más justo decir tan poco conocidas, porque los crímenes derivados de la homofobia que se hacen públicos son seguramente sólo una mínima parte de los que en verdad se cometen. Y, en muchos casos, las propias familias de las víctimas prefieren echar un velo de silencio sobre ellos, para evitar el deshonor y la vergüenza.

Aquí tengo bajo mis ojos, por ejemplo, un informe preparado por el Movimiento Homosexual de Lima, que me ha hecho llegar su presidente, Giovanny Romero Infante. Según esta investigación, entre los años 2006 y 2010 en el Perú fueron asesinadas 249 personas por su “orientación sexual e identidad de género”, es decir una cada semana. Entre los estremecedores casos que el informe señala, destaca el de Yefri Peña, a quien cinco “machos” le desfiguraron la cara y el cuerpo con un pico de botella, los policías se negaron a auxiliarla por ser un travesti y los médicos de un hospital a atenderla por considerarla “un foco infeccioso” que podía transmitirse al entorno.

Estos casos extremos son atroces, desde luego. Pero, seguramente, lo más terrible de ser lesbiana, gay o transexual en países como Perú o Chile no son esos casos más bien excepcionales, sino la vida cotidiana condenada a la inseguridad, al miedo, la conciencia permanente de ser considerado (y llegar a sentirse) un réprobo, un anormal, un monstruo. Tener que vivir en la disimulación, con el temor permanente de ser descubierto y estigmatizado, por los padres, los parientes, los amigos y todo un entorno social prejuiciado que se encarniza contra el gay como si fuera un apestado. ¿Cuántos jóvenes atormentados por esta censura social de que son víctimas los homosexuales han sido empujados al suicidio o a padecer de traumas que arruinaron sus vidas? Sólo en el círculo de mis conocidos yo tengo constancia de muchos casos de esta injusticia garrafal que, a diferencia de otras, como la explotación económica o el atropello político, no suele ser denunciada en la prensa ni aparecer en los programas sociales de quienes se consideran reformadores y progresistas.
Porque, en lo que se refiere a la homofobia, la izquierda y la derecha se confunden como una sola entidad devastada por el prejuicio y la estupidez. No sólo la Iglesia católica y las sectas evangélicas repudian al homosexual y se oponen con terca insistencia al matrimonio homosexual. Los dos movimientos subversivos que en los años ochenta iniciaron la rebelión armada para instalar el comunismo en el Perú, Sendero Luminoso y el MRTA (Movimiento Revolucionario Tupac Amaru), ejecutaban a los homosexuales de manera sistemática en los pueblos que tomaban para liberar a esa sociedad de semejante lacra (ni más ni menos que lo hizo la Inquisición a lo largo de toda su siniestra historia).

Liberar a América Latina de esa tara inveterada que son el machismo y la homofobia —las dos caras de una misma moneda— será largo, difícil y probablemente el camino hacia esa liberación quedará regado de muchas otras víctimas semejantes al desdichado Daniel Zamudio. El asunto no es político, sino religioso y cultural. Fuimos educados desde tiempos inmemoriales en la peregrina idea de que hay una ortodoxia sexual de la que sólo se apartan los pervertidos y los locos y enfermos, y hemos venido transmitiendo ese disparate aberrante a nuestros hijos, nietos y bisnietos, ayudados por los dogmas de la religión y los códigos morales y costumbres entronizados. Tenemos miedo al sexo y nos cuesta aceptar que en ese incierto dominio hay opciones diversas y variantes que deben ser aceptadas como manifestaciones de la rica diversidad humana. Y que en este aspecto de la condición de hombres y mujeres también la libertad debe reinar, permitiendo que, en la vida sexual, cada cual elija su conducta y vocación sin otra limitación que el respeto y la aquiescencia del prójimo.

Las minorías que comienzan por aceptar que una lesbiana o un gay son tan normales como un heterosexual, y que por lo tanto se les debe reconocer los mismos derechos que a aquél —como contraer matrimonio y adoptar niños, por ejemplo— son todavía reticentes a dar la batalla a favor de las minorías sexuales, porque saben que ganar esa contienda será como mover montañas, luchar contra un peso muerto que nace en ese primitivo rechazo del “otro”, del que es diferente, por el color de su piel, sus costumbres, su lengua y sus creencias y que es la fuente nutricia de las guerras, los genocidios y los holocaustos que llenan de sangre y cadáveres la historia de la humanidad.

Se ha avanzado mucho en la lucha contra el racismo, sin duda, aunque sin extirparlo del todo. Hoy, por lo menos, se sabe que no se debe discriminar al negro, al amarillo, al judío, al cholo, al indio, y, en todo caso, que es de muy mal gusto proclamarse racista.
No hay tal cosa aún cuando se trata de gays, lesbianas y transexuales, a ellos se los puede despreciar y maltratar impunemente. Ellos son la demostración más elocuente de lo lejos que está todavía buena parte del mundo de la verdadera civilización.



A homofobia é coisa nossa

Na noite de 3 de março, quatro neonazistas chilenos, liderados por um valentão chamado Pato Core, encontraram caído nas cercanias do Parque Borja, em Santiago, o jovem Daniel Zamudio, ativista homossexual de 24 anos que trabalhava como vendedor numa loja de roupas. Durante seis horas, enquanto bebiam e pilheriavam, os quatro se dedicaram a dar pontapés e socos no jovem homossexual, golpeá-lo com pedras e marcar suásticas no seu peito e costas com o gargalo de uma garrafa. Ao amanhecer, ele foi levado a um hospital, onde agonizou por 25 dias antes de morrer em decorrência dos traumatismos.

O crime causou uma vivo impacto na opinião pública chilena e sul-americana. Multiplicaram-se as condenações à discriminação e ao ódio contra as minorias sexuais, profundamente enraizados em toda América Latina. O presidente do Chile, Sebastián Piñera, exigiu pena exemplar e pediu que se acelere a aprovação de um projeto de lei contra a discriminação, que vegeta no Parlamento chileno há sete anos, parado nas comissões por temor dos parlamentares conservadores de que a lei, se aprovada, abra caminho para o casamento entre gays.

Esperemos que a imolação de Daniel Zamudio sirva para trazer à luz a trágica condição dos homossexuais, lésbicas e transexuais nos países latino-americanos onde, sem uma única exceção, são objeto de escárnio, repressão, marginalizados, perseguidos e alvo de campanhas de descrédito que, no geral, contam com o apoio declarado e entusiasmado da maioria da opinião pública.

Nesse caso, o mais fácil e mais hipócrita é atribuir a morte do jovem apenas a quatro canalhas pobres diabos que se denominam neonazistas e, provavelmente, nem sabem o que é isso. Eles não são mais do que a guarda avançada mais crua de uma cultura antiga que apresenta o gay ou a lésbica como pessoas doentes ou depravadas que devem ser mantidas à distância dos seres normais, pois corrompem o corpo social saudável, induzindo-o a pecar e a se desintegrar moral e fisicamente em práticas perversas e nefandas.

Esta noção do homossexualismo é ensinada nas escolas, difundida no seio das famílias, pregada nos púlpitos, divulgada pelos meios de comunicação, aparece nos discursos de políticos, nos programas de rádio e televisão e nas comédias teatrais onde os homossexuais são sempre personagens grotescos, anômalos, ridículos e perigosos, merecedores do desprezo e da rejeição dos seres decentes, normais e comuns. O gay é sempre "o outro", o que nos constrange, assusta e fascina ao mesmo tempo, como o olhar da cobra assassina para o passarinho inocente.

Num tal contexto, o surpreendente não é que se cometam atos abomináveis como o sacrifício de Zamudio, mas o fato de que sejam tão pouco frequentes, ou talvez seja mais correto dizer tão pouco conhecidos, pois os crimes provocados pela homofobia que vêm a público são só uma pequena parte dos que realmente são praticados. Em muitos casos, as próprias famílias das vítimas preferem colocar um véu de silêncio sobre eles para evitar a desonra e a vergonha.

Tenho comigo, por exemplo, um relatório preparado pelo Movimento Homossexual de Lima, que me foi enviado pelo seu presidente, Giovanny Romero Infante. De acordo com uma pesquisa realizada entre 2006 e 2010, foram assassinadas no Peru 249 pessoas por "sua orientação sexual e identidade de gênero", ou seja, uma a cada semana. Entre os casos mais horripilantes está o de Yefri Peña, que teve o rosto e o corpo desfigurado com um pedaço de vidro por cinco "machões", os policiais se negaram a socorrê-la por ser travesti e os médicos de um hospital não quiseram atendê-la por considerá-la um "foco infeccioso" que se poderia transmitir aos que estavam em torno.

Os casos extremos são atrozes, mas o mais terrível para uma lésbica, gay ou transexual em países como Peru ou Chile não são casos mais excepcionais como esse, mas é a sua vida quotidiana condenada à insegurança, ao medo, a percepção constante de ser considerado perverso, anormal, um monstro.

Ter de viver na dissimulação, com o temor constante de ser descoberto e estigmatizado pelos pais, parentes, amigos e todo um círculo social preconceituoso que ataca furiosamente o gay como se ele tivesse uma doença contagiosa. Quantos jovens atormentados por esta censura social foram levados ao suicídio ou sofreram traumas que arruinaram suas vidas? Somente no círculo de amigos meus tenho conhecimento de muitos exemplos que não foram denunciados na imprensa nem apareceram nos programas sociais dos reformadores e progressistas.

Porque, no que se refere à homofobia, a esquerda e a direita confundem-se como uma única entidade devastada pelo preconceito e a estupidez. Não só a Igreja Católica e as seitas evangélicas repudiam o homossexual e opõem-se obstinadamente ao matrimônio de gays. Os dois movimentos subversivos que nos anos 80 iniciaram a rebelião armada para instalar o comunismo no Peru, o Sendero Luminoso e o MRTA - Movimento Revolucionário Tupac Amaru - executavam os homossexuais de maneira sistemática nos povoados que controlavam para libertar a sociedade de semelhante praga.

Libertar a América Latina dessa tara ancestral que são o machismo e a homofobia - as duas faces da mesma moeda - será demorado e difícil, e provavelmente o caminho até essa libertação estará repleto de muitas outras vítimas semelhantes ao desventurado Daniel Zamudio. O tema não é político, mas religioso e cultural. Fomos acostumados desde tempos imemoriais à ideia de que existe uma ortodoxia sexual da qual apenas os pervertidos, os loucos e enfermos se afastam e vimos transmitindo esse absurdo monstruoso para nossos filhos, netos e bisnetos, auxiliados pelos dogmas da religião, os códigos morais e os hábitos instaurados. Temos medo do sexo e nos custa aceitar que, neste incerto domínio, há opções e variantes que devam ser aceitas como manifestações da diversidade humana. Nesse aspecto da condição de homens e mulheres deve reinar a liberdade, permitindo que na vida sexual cada um escolha sua conduta e vocação sem outra limitação senão o respeito e a aquiescência do próximo.

Minorias começam a aceitar que uma lésbica ou um gay são pessoas tão normais como um heterossexual e, portanto, devem ter os mesmos direitos - como contrair matrimônio e adotar filhos -, mas ainda hesitam em lutar em favor das minorias sexuais porque sabem que, para vencer, é necessário mover montanhas, lutar contra um peso morto que nasce na rejeição primitiva do "outro", daquele que é diferente, pela cor de sua pele, seus hábitos, sua língua e suas crenças, que é a fonte que nutre as guerras, os genocídios e os holocaustos que enchem a história da humanidade de sangue e de cadáveres.

Sem dúvida, avançamos muito na luta contra o racismo, mas não o extirpamos totalmente. Hoje, pelo menos, sabemos que não se deve discriminar ninguém e é de mau gosto alguém se proclamar racista. Mas nada disso existe no que se refere a gays, lésbicas e transexuais. Quanto a eles, podemos desprezar e maltratar impunemente. Eles são a demonstração mais reveladora de quão distante boa parte do mundo ainda está da verdadeira civilização.

Argentina inaugura escola para travestis

FONTE: Primeira Edição



Mocha Celis era uma travesti que não sabia ler ou escrever. Trabalhava como prostituta nas ruas de Buenos Aires, como a maior parte de suas colegas (estima-se que 90% das travestis argentinas façam programas). Quando era levada presa, precisava de ajuda para entender os papéis que lhe davam para assinar. Foi assassinada em condições não esclarecidas. A estimativa de vida para travestis na Argentina é de 35 anos.
No último mês, seu nome foi parar em uma escola: começou a funcionar o Bachillerato Popular Mocha Celis, primeira instituição de Ensino Médio em Buenos Aires especializada em atender a população travesti e transexual. “A maior parte da população travesti deixa a escola por causa do preconceito”, diz Francisco Quiñones, um dos criadores e hoje coordenador da escola. “Nós queremos lhes dar a possibilidade de se formar e ter uma opção de vida que não seja a prostituição.”
A ideia não agrada a todos. Toni Reis, presidente da ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) diz que a associação é contrária a abertura de escolas especiais porque promovem segregação. “Nós temos que trabalhar a educação como um todo”, diz. “Não queremos criar guetos, queremos estar integrados na sociedade e é para que isso que trabalhamos”.
Ele acredita que travestis e transexuais educados em escolas especiais serão criados “em uma bolha”, e não vão estar preparados para se reintegrar à sociedade. “Nós compartilhamos o problema, mas preferimos trabalhar de outra maneira. Em um estudo recente da Unesco, contatou-se que 40% dos estudantes masculinos da educação básica não gostariam de estudar na mesma sala que um estudante gay e 60% dos profissionais de educação não sabem como lidar com essa questão na sala da aula”, defende. Reis ressalta que 20 estados brasileiros já aceitam o nome social de travestis e transexuais, no lugar do nome de nascença.
Quiñones concorda que o ideal seria que as escolas públicas aceitassem todas as diferenças de gênero sem preconceito. Entretanto, considerando os alarmantes números relacionados a travestis, os fundadores da Mocha Celis acharam que não dá pra esperar que esse processo aconteça.
A ideia de criar a escola surgiu em 2011. No mês passado, começaram as primeiras aulas, para 25 alunos e alunas – nem todos travestis ou transexuais: a escola aceita qualquer aluno e está com inscrições abertas até 20 de abril para quem completou o Ensino Fundamental.
Fica no bairro de Chacarita, em um prédio compartilhado com outros projetos sociais. A escola está alinhada com a proposta de educação do pedagogo brasileiro Paulo Freire e ensina literatura, cooperativismo, matemática, noções digitais, memória e reconhecimento trans, entre outras matérias. O curso tem três anos de duração. “Ainda esperamos para esse mês o reconhecimento da prefeitura de Buenos Aires, para podermos conceder título oficial aos alunos”, diz Quiñones.
Um dos maiores desafios da Mocha Celis é mudar o que se chama de “currículo oculto” das escolas regulares. É o que aprendemos na escola que vai além dos textos didáticos: nos ensinam que meninas usam rosa e meninos azul, que meninas brincam com bonecas e meninos com carrinhos, que os boletins devem ser entreguem “às mães e aos pais”, nos ditam as melhores maneiras de vestir e nos dizem que o sexo é reprodutivo e deve ser feito entre um homem e uma mulher. Transexuais não se encaixam nesse tipo de ensino.
Na Mocha Celis, a aula é dada em mesas redondas, para que os professores estejam em posição de igualdade aos alunos. Usa-se “as” transexuais para as garotas que nasceram garotos mas se vêem como mulheres e “os” transexuais para a situação contrária. Todos são chamados pelos nomes que escolheram ter. “Na escola regular, as transexuais se sentem violentadas desde a chamada de classe, quando geralmente se usa o nome de nascença. O mesmo para o caso de garotos”, diz Quiñones.
Divergências à parte, a gente espera que, de uma forma ou de outra, a realidade da população travesti e transexual mude para melhor.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Condenados na Itália policiais que agrediram transexual brasileira

FONTE : terra

Quatro policiais foram condenados hoje em La Spezia, no norte da Itália, por agredirem fisicamente uma transexual brasileira. A juíza Diana Brusacà condenou o agente Cristian Zedda a três anos de prisão pela ação contra a transexual, registrada oficialmente como Edvaldo das Neves. Ela sofreu várias fraturas em março de 2009 na cidade italiana.
Os policiais Antonio Borzonasca, Silvano Adreazzoli e Fabio Lucchesi também foram condenados - o primeiro a um ano e oito meses, e os outros dois a oito meses - por terem ficado passivos diante das agressões.
A transexual foi considerada inocente da acusação de resistência e calúnia contra os policiais envolvidos no caso. Os advogados dos agentes já anunciaram que irão recorrer da sentença.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Exemplo de nossos descobridores.


Em Portugal, 78 transexuais
já trocaram o nome
Em vigor desde 15 de março de 2011, a lei que permite a mudança de nome e de sexo no registro civil em Portugal já foi usada 78 vezes.
Segundo o Ministério da Justiça do país, no ano passado, 44 homens e 32 mulheres solicitaram essa troca. Este ano, foram apenas dois: um homem e uma mulher.
Para que a mudança seja feita, é necessário que a pessoa seja diagnosticada como disfórica de gênero (incompatibilidade entre o sexo psicológico e o físico). É preciso também que a pessoa tenha nacionalidade portuguesa, seja maior de idade e que não tenha seja considerada incapacitada de responder por si mesma.

sábado, 7 de abril de 2012

Entrevista da modelo Felipa Tavares ao programa do JÔ

A modelo Felipa Tavares, esteve no programa do Jô da rede Globo, onde concedeu uma entrevista ao apresentador e contou sua trajetória, acentuando traços divertidos de sua passagem pelo exército e seu tempo morando na Europa, assista a entrevista completa:


quinta-feira, 5 de abril de 2012

Juiz autoriza mudança de nome de transexual em decisão inédita em Roraima

FONTE: BV News



Uma sentença proferida terça-feira (03), pelo Juiz Erasmo Hallysson S. de Campos da 3º Vara Cível autorizou a mudança de nome de um transexual, com a decisão, J. Santos Gomes passará a ter em seu registro de nascimento o nome de Sandra dos Santos Gomes.
Na sentença, o juiz faz referência ao fato do requerente ser transexual e exteriorizar tal orientação no plano social, vivendo publicamente como mulher e sendo conhecido por “apelido”, que constitui prenome feminino.
A decisão contempla ainda que o descompasso do nome de registro com a identidade social do requerente leva o mesmo à situação vexatória ou de ridículo perante a sociedade. E que o fato do mesmo não ter se submetido à cirurgia para alteração de sexo, não pode ser motivo para o indeferimento da mudança de nome, uma vez que o nome assume fundamental importância individual e social.